Era uma criança esperta, cheio de amigos na escola, sobressaía por
ser criativo, inovador, "esforçado-inteligente". Nutria um amor
platônico pelas duas meninas mais bonitas da classe.. Recordo que sofria
calado, queria estar com elas, ser o namoradinho, mas o tempo passou e se
findou uma verdadeira amizade. Seria essa a primeira derrota de amor.
Adolescente certinho, tímido e conturbado,
curioso para descobrir o sexo oposto, suava nas mãos olhando uma revista de
nudez feminina escondido, cheguei a ser apontado como o corajoso quando aos 13
anos consegui em uma banca de jornal comprar uma revista Playboy. Foi nesta
mesma idade que pela primeira vez masturbei e senti um orgasmo, que veio em
forma de dor, porém prazerosa, causando tremores nas pernas, braços, tontura e
aumento dos batimentos cardíacos. Como aquilo era gostoso, bastou pouco tempo
pra fazer parte da rotina, e dá-lhe criatividade de pensamento, madrugadas de
sábado escondido na sala esperando o cine prive da Band, revistas trocadas com
amigos, vhs emprestado e por fim a internet. Paralelo o drama de amar me
acompanhava, meses para declarar, anos para esquecer. Gostei verdadeiramente da
melhor amiga do colégio, aquela que parecia minha alma gêmea, que tinha os
mesmos pensamentos, ria das mesmas bobagens, enfim, a mulher da minha vida. A
primeira, segunda, terceira vez no sexo veio neste período, não com ela, e hoje
analisando foi para provar pra mim mesmo que podia, que transava, era bom, mas
um bom isolado dos parâmetros que só fui conhecer anos mais tarde.
Em meio ao sofrimento, ao drama de não ser
o escolhido da amada, comecei a vagar noites pela internet, sites de fotos,
filmes, chats, msn, onde descobria novidades a cada dia, assistia aquilo tudo
com olhos curiosos, famintos, assustados, como o dia que deparei com uma cena
de bissexualismo, que me chocou, deixou enojado, mas com o mesmo tesão que
sentia vendo filmes héteros.
A grande sacada veio num final de sábado,
de link em link fui parar num pornô gay, criei coragem e play, aquilo me deixava
nervoso, com o membro em riste, o tesão era enorme e a lubrificação era
intensa, ficava "babão"... a cena do cara lambendo o ânus do outro
deixou chocado, mais curioso ainda, aquilo não saia da cabeça!
Dae pra frente se tornou rotina, via
pornografia hétero mas precisava dar uma passada no filme dos machos, até
esquecer por completo o sexo oposto na internet!
Que fique claro, apenas para mim essa
clareza, eu podia ter tesão em um homem, assisti-los transando, era normal, não
me dava nóia, mas só isso, pensar em relacionamento entre iguais, sentimento,
isso na minha limitada cabeça não podia (questão da criação interiorana
religiosa).
No amor, sem novidades, foi esfriando, me
dava raiva ver uma menina e ficar afim... Preferia não arriscar!
Assim se arrastou anos e o grande
"boom" veio em 2011 quando conheci um grupo na internet, um blog de
putaria onde conheci várias pessoas, onde as pessoas se interessavam por mim,
faziam convites, porém todos longes, não dava pra marcar real e eu não tinha
coragem.
Com 25 anos fiz uma viagem a trabalho, já
conversava com um cara na internet há algum tempo, papo quente, acho que o fato
de eu não ter experiência atiçava aquele cara, tanto que quando viajei para
perto veio o convite: "- Vem me ver?". Criei coragem e fui. Uma sexta
a noite, banho tomado, bem arrumado, peguei um taxi e indiquei o endereço, era
perto do hotel, 15 minutos estava lá, mão suando, me apresentei na portaria e
após liberação do porteiro subi. Fui recebido por um cara lindo, malhado, só de
cueca, aquele cara que eu conhecia tão bem pela webcam, eu ali parado, peguei
na mão, faltava papo, descobri que era mais desenvolto pela net, veio dele a
iniciativa, agarrou meu pescoço e beijou, virei o rosto, foi um susto, ele
tentou novamente e não recuei mais... que beijo, que língua quente e forte
explorando minha boca... ahhh eu fechei o olho e me entreguei, queria só beijo,
aquilo ali já estava bom, mas não pra ele.
Tirou minha roupa, começou beijando o
pescoço, peito, chupou meu pau, sentir aquela boca ali me deixava doido, eu o
puxava para beijar sua boca, sentir o gosto do meu pênis no beijo. Foi um misto
de tesão, descoberta, eu estava entregue e já tinha combinado comigo mesmo que
iria até o fim, faria tudo pra ver o que curto.
Saldo: não gostei de sentir a textura de
um pênis na minha boca, me dava nojo, era tudo diferente e novo, quando me pediu
para ser passivo falei que sim, deixei conduzir, mas juro que não conseguiu me
penetrar, não entrava nem 2 cm nem com um tubo de gel, a dor era imensa eu não
suportava e não deixava seguir em frente. Dessa vez tomei a iniciativa e fui
penetrá-lo, como foi difícil também, um ânus é apertado e precisa de jeito para
usar, de 0 a 10 me dou a nota de 4, inexperiente, mas foi bom estar ali dentro.
Tentei a segunda para não dizer que não fiz, mas não ia, era uma dor que fazia
o tesão ir embora, me broxava. Então gozamos juntos na punheta, tomei um banho
e fui embora. Na rua eu cuspia tanto que dava vômito, não era nojo, mas foi consciência
brigando comigo, me fazendo sentir sujo... Cheguei ao hotel e fui pra outro
banho, agachado no box lambia o sabonete com a intenção de limpar a alma... Depois
deitei e fui dormir pois tinha um compromisso logo cedo, pedi perdão pelos meus
pecados e cai no sono, mas não antes de me prometer que nunca mais faria
aquilo. Nunca mais naqueles próximos três meses, era julho de 2011 e estava eu
ali naquela mesma cama disposto a reexperimentar aquilo tudo novamente...
Poxa, eu tinha feito um comentário.. mas acho que perdi... vamos lá de novo, deixa eu ver se lembro ...
ResponderExcluirCara... como assim se ariscando a escrever?! Poxa, que texto bacana, você escreve bem e mais que isso, dá para sentir que escreve sobre algo que conhece... Eu costumo brincar com alguns amigos mais próximos, que gostaria muito de saber em que momento da vida a gente deixa de ser essa criança livre e leve... e passa a dar lugar a um adolescente meio tímido e fechado. Creio que isso seja um ponto em comum à muitos de nós.
Da mesma forma que essa culpa nos irá acompanhar por um bom tempo, complicando bastante nossa caminhada e dificultando bem as coisas. Felizmente tudo tem um tempo, o tempo de se descobrir e de entender as coisas chega e conseguimos começar a colocar ordem "na casa". Talvez seja esse o seu momento, não sei... mas confesso que estou ansioso pelas novas postagens.
Parabéns pela coragem de escrever, tenha certeza que o blogue te trará muitas surpresas boas ainda... torço para que sim... :-)
Valeu pelo convite viu, já está no blogroll e tenha certeza que vou te acompanhar! Espero que fique a vontade para voltar ao meu blogue e comentar também... não sei, tem gente que não gosta, mas se você curtir conversar, quiser bater um papo qualquer hora dessas, pode me escrever no email algernon.br@gmail.com, dai a gente pode ver alguma forma de contato.
Boa semana para você! Abração.
Caramba, gostei! Fiquei animada porque tivesses "boa experiência" afinal de conta, experiência nunca é demais, seja boa ou ruim.
ResponderExcluirAbraço forte!
dentrodabolh.blogspot.com
Seja MUITO bem-vindo à blogosfera. Se já começou assim, vc é um blogueiro natural. Texto fácil, gostoso, inspirador, tesudo. Forte, simples. Histórico. Eu amei caminhar por suas experiências. Você conseguiu passar pra gente a sua angústia da descoberta, apesar do prazer. Parabéns pela coragem de escancarar isso aqui. Espero que venham mais textos... Logo.
ResponderExcluirEstas descobertas são sempre marcantes, embora haja medo, insegurança e até mesmo frustrações.
ResponderExcluirEu mesmo tinha nojo de mim mesmo após os atos sexuais, mas com o tempo esses lances vão se tornando naturais.
Bacana seu blog, sua forma de escrever merece elogios.
Abraços garotão!
Escrever é um caminho libertador!! Você tem talento para escrever e coragem pra contar suas experiências!
ResponderExcluirNão desista...continue!! Parabens!!